A liturgia e um diálogo entre Deus e seu povo.
O documento do Concílio Vaticano II sobre a Sagrada Liturgia afirma que “na
liturgia Deus fala a seu povo. Cristo ainda anuncia o Evangelho. E o povo
responde a Deus, seja com cânticos, seja com orações” (SC 33).
Jesus, tendo fixado sua morada entre nós (Jo 1,
14), revelou-nos quem é o Pai (Jo 1, 18) e ensinou-nos a comunicar-nos com Ele.
Aliás, Jesus é a ponte de ligação entre nós e o Pai (1 Tm 2, 5); Ele é o
caminho que nos conduz a Deus (Jo 14, 6). Por isso nas celebrações litúrgicas
fazemos oferta de nós mesmos a Deus por Cristo, com Cristo e em Cristo.
Costumamos dizer que liturgia é a celebração
dos mistérios de Deus. Que mistérios são esses? Quando falamos em mistérios de
Deus queremos indicar, principalmente, o projeto de Deus que se realiza na
pessoa de Jesus (Ef 1, 3-10): a redenção e a salvação de todos os homens, a
implantação do Reino de Deus, a participação de todos da vida e da felicidade
de Deus...
Qual o mistério central da vida Cristo? Sua
paixão, morte e ressurreição aos quais se dá o nome de Mistério Pascal. E o que
quer dizer “pascal”? Esta palavra deriva de outra que é a palavra “páscoa”, que significa passagem. Portanto, Mistério Pascal é a
passagem de Cristo pelo sofrimento e morte até sua ressurreição-glorificação.
Quando se fala em mistério pascal não se deve
pensar somente em Jesus. A
páscoa de Jesus está unida à páscoa do povo de Deus. A páscoa é a páscoa do
Cristo total (Ef 1, 23): Cabeça (Cristo) e Corpo (Igreja, cristãos). O que faz
a liturgia então é celebrar a páscoa do Senhor Jesus e do seu povo: celebra os
sofrimentos, a morte, a ressurreição-glorificação de Jesus; mas celebra também
por um lado as lutas, as dores, as angústias e a morte do nosso povo e, por
outro lado, celebra suas conquistas, alegrias e esperança em vista de uma
sociedade fundada na justiça e na fraternidade. (GS 1)
Continuaremos nosso aprofundamento sobre a
liturgia cristã... aguarde.
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