O Papa Bento XVI autorizou (28/06/2012) a beatificação da brasileira Francisca Paula de Jesus, mais conhecida como Nhá Chica, considerada, no séc. XIX, uma santa em vida por sua defesa dos mais pobres.
A data da cerimônia de beatificação ainda não está definida. O anúncio foi feito pelo gabinete de imprensa de Santa Sé, que divulgou a lista com os decretos assinados pelo papa. O documento cita, sem dar detalhes, um milagre ocorrido por intercessão da brasileira.
Nascida em 1808 na cidade de São João Del Rei, em Minas Gerais, Nhá Chica, que era filha de escravos, ficou órfã aos dez anos e dedicou toda a sua vida à caridade. Era considerada "a mãe dos pobres", segundo sua biografia oficial. Ela morreu no dia 14 de junho de 1895, sem nunca ter pertencido a uma organização religiosa.
Em 1991, o Papa João Paulo II concedeu a ela o título de "Serva de Deus" e desde 2007 a Congregação para as Causas dos Santos do Vaticano examinava um milagre, que foi aprovado por Bento XVI.
Processo - A beatificação é um passo para decisivo para uma pessoa ser considerada santa. Antes da canonização, porém, um segundo milagre tem de ser reconhecido.
Segundo a imprensa especializada, o milagre aprovado foi a cura inexplicável da professora Ana Lucia Meirelles Leite, de Caxambu, que sofria de uma cardiopatia congênita. Ela se livrou do problema em 1996 sem a necessidade de intervenção cirúrgica.
A igreja brasileira registrou milhares de graças alcançadas por meio da intercessão de Nhá Chica.
Nhá Chica viveu sempre na sua casinha perto da Igreja de Nossa Senhora da Conceição em oração, humildade, mortificação, além de sofrimentos físicos, atendendo sempre quem a procurava. Podemos intuir que serena e feliz partiu desta terra, onde viveu em pobreza e humildade atraíndo as pessoas pelos dons que recebera de Deus.
Aos 08 de julho de 1888, estando doente e de cama Nhá Chica fez o seu testamento e aos 14 de Junho de 1895 faleceu com mais de 80 anos e foi sepultada somente no dia 18. Seu semblante não apresentava sinais de morta, o que deixou o médico local em dúvida. Assim o Dr. Manoel Joaquim Pereira de Magalhães não deixou efetuar o seu sepultamento no dia seguinte, como erra o costume. Mandou ficar em observação por mais algumas horas. E aconteceu que um chamado urgente de um município vizinho afastou o médico da cidade, ficando então o corpo da Serva de Deus, insepulto por mais de três dias, sem se decompor, esperando pelo médico.
Grande foi o número de pessoas que acorreram. De toda parte vinham para visitar o corpo daquela que, em vida, distribuía graças e benefícios a quantos a procuravam. Era uma procissão do lugar do engenho até a capela de Nossa Senhora da Conceição, num vai-vem constante, isto durante os quatro dias em que seu corpo esteve exposto.
Todos puderam atestar que não manifestou traços de decomposição, apesar de já estar morta a quatro dias.
Segundo seu desejo, expresso em seu testamento, foi enterrada na capela que construíra: "Declaro que meu enterro será feito dentro da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, com funeral e música".
Sua memória não se extinguiu com a missa de sétimo dia, ao contrário, seus restos mortais, no interior da Igreja da Conceição, vêm sendo visitados e venerados por centenas de fiéis de todo o Brasil e outros países. Aí esteve sepultada por 103 anos (1895-1998) e é nela que se encontra hoje a urna com seus restos mortais, desde a exumação acontecia em junho de 1998, ato pertencente ao processo de Beatificação e Canonização. Esta mesma capela passou ao longo do tempo por várias reformas até chegar ao estado em que se encontra hoje.
Tudo isso a fez eleita do Senhor e modelo de Santidade para todos: leigos e religiosos, pois a santidade não é previlégio mas mandamento do Senhor Jesus: "Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito" (Mt 7,48).
Fonte: veja.abril.com.br
santosdobrasil.org
Para conhecer a obra da Associação Beneficente Nhá Chica, acesse: www.nhachica.org.br
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