quarta-feira, 6 de abril de 2011

Palavra do Padre


 Deus existe? Deus existe. Deus existe!

Vimos que Deus é o bem, a verdade e a felicidade verdadeira que procuramos. Mas como chegar até Deus? Que caminhos percorrer ou que indicações seguir para saber que esse Deus existe? Essas perguntas fazem parte do problema ou questão das chamadas “provas da existência de Deus”, não no sentido das provas que as ciências naturais buscam, mas no sentido de “argumentos convergentes e convincentes” que permitem chegar a verdadeiras certezas. Para chegar ao conhecimento de Deus o ponto de partida é a criação do mundo material e da pessoa humana.
O mundo: a partir do movimento e do devir, da ordem e da beleza do mundo, pode-se conhecer a Deus como origem e fim do universo. Santo Agostinho, no seu livro Confissões, afirmava a esse respeito: “interroga a beleza da terra, interroga a beleza do mar, interroga a beleza do ar que se dilata e se difunde, interroga a beleza do céu...interroga todas estas realidades. Todas elas te respondem: olha-nos somo belas. A sua beleza é uma profissão. Essas belezas sujeitas à mudança, quem as fez senão o Belo, não sujeito à mudança?”.  Realmente ficamos boquiabertos quando paramos para contemplar a ordem e a beleza da criação; basta vermos a dependência de todas as coisas na natureza: como um animal ou planta depende de outro animal ou planta e tudo dentro de uma harmonia admirável. Ao contemplarmos a natureza nos admiramos de como, por exemplo, as mangas produzem no mesmo tempo mesmo estando as mangueiras plantadas em lugares os mais diversos possíveis e assim com todas as demais plantam e árvores: como elas florescem e frutificam no momento certo ao mesmo tempo. Ao estudarmos o universo também ficamos admirados com as leis nele existentes, como tudo acontece dentro de uma harmonia e sincronia: a força da gravidade, a expansão do universo, a velocidade da luz, o nascimento e morte de estrelas, etc. Inclusive o maior físico dos tempos modernos, Albert Einstein, afirmava que “não há como não acreditar em Deus ao se estudar o universo”.
O homem: com a sua abertura à verdade e à beleza, com o seu senso do bem moral, com a sua liberdade e a voz de sua consciência, com o seu desejo de infinito e felicidade, o homem se interroga sobra a existência de Deus. E nestas aberturas percebe sinais de sua alma espiritual, ou seja, o homem percebe que ele não é simplesmente e puramente matéria, carne e osso. Ele intui que dentro dele existe algo maior que a matéria, e esse algo maior (sua alma) tem sede de infinito, de eternidade, de permanência. Também no homem sua beleza, criatividade, harmonia, “perfeição”, revelam e apontam para a existência de Deus.
Assim tanto o mundo quanto o homem são caminhos ou “provas” da existência de Deus. E isso está baseado em um princípio: nada acontece a não ser que alguma coisa o cause. Os filósofos dizem isso do seguinte modo: cada efeito tem uma causa. E se formos até as origens do homem e do universo (dois ou quatro ou treze bilhões de anos atrás) chegaremos em um ponto em que precisaremos nos perguntar: e quem criou isso que deu origem a tudo? E a resposta necessariamente terá que ser: “Alguém teve que fazê-lo, ou não haveria universo. Do nada, nada vem”. Esse Alguém existe e esse Alguém é exatamente Aquele a quem chamamos Deus. Deus é Aquele que existe por natureza própria. A única descrição exata que podemos dar de Deus é dizer que “Ele é aquele que é”, ou seja, Deus não “foi” nem “será”, Ele “é”. Assim tudo, inclusive o tempo, foi criado por Deus do nada. E, portanto, Deus é a causa, enquanto criador, de todas as coisas que existem. E em tudo que existe Ele deixou sua “assinatura”: a verdade, a beleza, a harmonia, a ordem... 


Em Cristo Jesus
Pe. Marinaldo


06/04/2011

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