segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O AMOR

 O ser  humano foi feito - trata-se de uma verdade psicossocial - por amor e, sobretudo, para o amor. analisando o homem e a mulher, desde a criação, veremos que o amor é a tônica que conduz e impulsiona a vida humana. fomos criados à imagem e semelhança de um Deus-amor, numa legítima prova de amor. depois o homem errou, ficou vaidoso e soberbo e, seduzido pelo mal, quis ser igual a Deus. foi expulso, castigado, tornou-se mortal, necessitando trabalhar, para, com o suor de seu rosto, obter o alimento. Diante dessa ruptura, verdadeira desgraça na vida humana, o amor de Deus mandou seu Filho Jesus Cristo para a nova aliança, para a reconciliação definitiva, de novo abrir as portas da eternidade, que foram fechadas pelo pecado. Os humanos, além de nao reconhecerem esse gesto de amor, crucificaram o mensageiro. Deus nos mandou Cristo que estaria no meio dos homens, e assim nos acompanharia até a consumação dos séculos: "ninguém tem mais amor que aquele que dá sua vida pelos seus..."
O amor humano é frágil. Mais que isso: inconstante e vulnerável aos mais variados e contraditórios estímulos. O fracasso reside, muitas vezes, em relação às famílias, quando os casais ignoram essa fragilidade, e contra ela não buscam o remedio adequado. A vida humana só se realiza se for vivida com amor. O homem só vive se souber amar. Quem demonstra, em sua vida, práticas autossuficientes, terá deixado de amar, porque a autossuficiência nos afasta do contato com o outro. O amor, portanto, norteia nossa vida. Ele aproximou nossos pais e, como fruto desse amor, nós fomos constituídos para, numa sequência natural, também através desse grande sentimento, perpetuar nossa espécie, transmitindo a vida a nossos filhos, enriquecendo-os com a capacidade de amar e sentir os efeitos do amor.
A maior tragédia de uma união ocorre quando duas pessoas, cheias de qualidades, não são capazes de dar algo para enriquecer e fazer feliz o outro, pois só pensam em si próprias. Esse egoísmo mata uma relação e, pior, gera o maior veneno, que é o egoísmo vivido a dois. O egoísta nao ama; quer ser amado. Não dá, quer receber. Não se entrega; quer ser dono. Busca mais competir e vencer do que harmonizar. Quando se pergunta a jovens candidatos aos casamento por que resolveram casar, a resposta mais  frequente é: "quero casar para ser feliz!" Notem quanto egoísmo vai nessa afirmação: casar para ser feliz!! Pelo contrário, seria interessante, nobre, construtivo, casar para fazer o outro feliz, e depois, com base nessa felicidade proporcionada, tornar-se feliz. Mas não.
Muita gente de nosso tempo, de nossa sociedade de consumo, vê no matrimônio uma possibilidade a mais de consumir, nem que seja o outro, a felicidade teórica. O sociólogo alemão Hermann Oeser, em seu livro "Ich Liebe", ensina: "Quem deseja ser feliz não deve se casar. O importante é tornar a outra pessoa feliz. Aqueles que desejam ser compreendidos não devem se casar. O importante é compreender o outro. Quem busca a realizaçãonum casamento, não deve se casar. O fundamental é que o outro se realize."

Antônio M. Galvão
(Vivência e Convivência - Um estudo sobre a família e o amor humano)
Depois continuaremos..... 




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