É curioso observar os
jovens jurando-se amor eterno, fidelidade e apoio mútuo. Aquilo é sinceramente
o que eles desejam naquele momento. É como alguém querer ir à lua de fusca. O
desejo é válido; as ferramentas é que são insuficientes. Quando é perguntado
aos futuros casais o que vai garantir o casamento deles, invariavelmente se
escuta: o amor! Quando se aprofunda a questão: e o que vai garantir o amor de
vocês? A resposta já não vem tão rápida e fluente. Se Deus é amor, só por Ele,
como rocha, presença e arrimo, é possível enraizar uma comunidade de amor, uma
família.
A família, pelo desejo
de seus componentes e projeto amoroso de Deus, torna-se uma comunidade, comum-unidade, pelo amor. Cada pessoa
traz, dentro de si, o germe do amor e da vida sobrenatural, como a minúscula
semente de laranja traz a frondosa laranjeira dentro de si. Assim o ser humano
traz em seu interior uma árvore de afeto, bondade e fraternidade, justamente
porque é o invólucro daquele potencial de amor com que seu Criador o projetou.
Criado para o amor e para a felicidade, o ser humano é a única criatura da
natureza que às vezes contradiz a finalidade para a qual foi criada. No ar, ao
redor de nós, há sons e imagens. Se ligarmos um rádio ou um aparelho de
televisão, ouviremos música, veremos imagens. O que falta, então? Falta
sintonizar! Assim é a graça de Deus. Ela está aí, gratuita e generosa; basta a
gente sintonizar. No tocante à família, sucede a mesma coisa. O amor está ao
nosso lado, vivo. Basta a gente sintonizar-se nele.
Nosso encontro, como
casal, como família, não foi casual. Embora se rejeite qualquer ideia de
destino ou fatalismo, na verdade deve-se reconhecer, por trás de tudo, um projeto
de Deus, um plano carinhoso e individualmente traçado, para nos fazer felizes,
nesta e na outra vida.
ANTÔNIO M. GALVÃO
“Vivência e Convivência: um estudo sobre a família e
o amor humano”
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